Bea_________________________

*Yellow Ledbetter
*rosa-raposa
*também atende por Bea Rodrigues
*20
*abril, seis.
*itália, frança, hungria, espanha.
*psicologia: quinto semestre, mackenzie.
*eddie vedder, melissa auf der maur, daniel johns, courtney love, dave grohl, john frusciante, andrew bird, gavin rossdale, regina spektor.
*chocólatra, sim. não tem a menor vontade de lutar contra isto
*ama caixinhas de música, o seu baixo, o cheiro de dama da noite, o sorriso do gato de alice e a lua quando forma este, folhas de outono, piano e músicas tristinhas
*textinhos pretensiosos
*garota desocupada
*fotógrafa de meia tigela
*desenhista medíocre, parada por tempo indeterminado
*fotos
*fotos melhores


Madeleine K_________________

Essa é a minha banda, na qual eu toco baixo e, por vezes, canto. Nela estão também:
Sidan
Deni
Renan
Nossos links, músicas, lixos e coisinhas:
fotolog
desamor ~ you tube
aquela ~ you tube
orkut

Links________________________

sucker love blue
fiction reprise
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freedom now
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dequejeito?
uma dama não comenta
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CINE PARADISO
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cuca fundida
músculo cerebral

Lay__________________________

Lay da Koia especialmente pra Bea =) . Nao Copie!

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Monday, February 12, 2007

Então, nós tínhamos que entender o que é a religião na vida adolescente, para um trabalho universitário. Entretanto, pensei que não era possível entender como isto se dava sem antes entender a visão geral, que a sociedade como um todo, tem desta prática cultural.
Entendo por religião um conjunto de valores e práticas interligadas a uma entidade superior, que faz uso de mitos para expor e demonstrar a suposta funcionalidade dos valores já citados. Assim sendo, a religião teria então por função guiar o homem, e o criador seria o modelo a ser seguido.
Pressupondo que tenha surgido a partir de uma necessidade, ou como diria a psicanálise, que tenhamos criado a religião para substituir e, ou, introduzir um pai em nossas vidas, um sentimento de autoridade e de conforto. Assim sendo, cria-se a religião para combater o desamparo.
Contudo esta religião, além de suprir necessidades pessoais, também prega os valores característicos a sociedade na qual foi criada. Afirmo isto para tentar mostrar que ela não é dialética, ela surge das necessidades do homem, tanto como indivíduo, ao aplacar o desconforto, quanto como coletivo, ao sugerir (ou impor?) um conjunto de valores e autoridade a serem seguidos. Se fosse o caso dialético, a religião seria tanto criada quanto criadora das mesmas necessidades e valores que supre, o que não é bem o caso. A religião não cria, apenas reproduz, na minha opinião.
Refletindo a sociedade, então, a religião hoje se tornou privatizada, isto é, fruto da privatização da subjetividade e sugere valores que se desviam da noção coletiva, característica da idade média. Ela se tornou uma mercadoria e uma ferramenta eficaz na administração das disciplinas.
A adolescência, vista como fase na qual muitos valores são quebrados, novos são construídos e existe uma grande volatilidade de opiniões, sendo estas muito freqüentemente contra o sistema vigente, se mostra uma fase indispensável para a imposição (ou sugestão) da religião. Qualquer que seja sua forma, a relgião acaba por valorizar a experiência privatizada da subjetividade e acaba também por construir valores muito sólidos que podem servir de freio à crítica.
Enxergo, a partir da minha vivência adolescente, que o meio termo não se relaciona muito a esta fase, a religião não é um tema que escape desta radicalização. A vida em extremos, característica principal desta fase da vivência humana, atinge a religião de forma que alguns aceitam-na por completo, sem quaisquer questionamento, enquanto outros enxergam suas contradições, ou apenas fogem da rigidez de valores. Não digo que não existam aqueles que levam a religião em um “ponto médio” durante a vida, apenas digo que é muito comum o extremismo. O importante é ressaltar que, em algumas pessoas, o caráter administrativo não se forma e a reflexão continua a ter espaço.
A crítica é por ela barrada, então, de forma muito eficaz na adolescência. Os que a seguem com muita fé e vêemencia tendem a tornarem-se tão alienados quanto qualquer ateu, ao invés de alcançarem a suposta libertação que ela promete. Contudo, na adolescência moderna (ou pós-moderna?), a religião vem perdendo seu espaço, não porque a crítica é mais freqüente, mas porque começa a entrar em seu lugar uma outra instituição (ou mecanismo, como preferir): a mídia.
Sabe-se que na idade média existia uma forte coletivização da subjetividade, as pessoas se definiam a partir do grupo e a verdade, o conhecimento vinha através da revelação, isto é, da palavra divina como presente à humanidade, por aplacar suas dores, angústias e livrar-lhes de todo o mal. Claro, jamais viria de graça, existia uma exigência mostrada pela forte conduta moral que se fazia seguir.
É fato que a hipocrisia nesta época era muito forte e que estes valores eram muito deturpados, o que também acontece hoje, mas que antes era muito mais esclarecido.
Com o renascimento e com a frase de Nietzsche, muitos anos depois, de que “deus está morto”, percebe-se que a sociedade passa a adotar uma nova instituição para ditar seus valores. O antropocentrismo do renascimento, valorizado pela sociedade de consumo através da unicidade individual, da exclusiva particularidade de experiências por cada indivíduo, se mostra então como libertação, como expressão máxima da capacidade humana de cuidar-se, descartando um pouco, a idéia do pai, do criador.
Esta idéia vem de muitos fatores históricos, sendo o renascimento apenas seu começo. Quando surge a imprensa e o conhecimento passa a ser adquirido de forma particular, sem a necessidade de ouvir o outro, esta privatização da subjetividade se reforça. Da imprensa para a mídia não existe tanta distância, afinal ela foi englobada, posteriormente, como forma de comunicação.
A mídia, maior reforçadora e disseminadora da idéia de que cada um é único, assume o papel administrativo das disciplinas, substituindo a religião. Incute valores, modos de ser que devem ser seguidos por todos, caso contrário, o sujeito é excluído do convívio social e sente-se profundamente angustiado. Quando isto não acontece, a mídia também se torna responsável pela introdução do sentimento de culpa. Ela prioriza que se cumpram as exigências sociais, e quando tenta-se atender às pessoais, o sujeito se sente culpado, sente-se errado. Percebam que da temeridade por um criador que nos castigará, passa-se a temer a si próprio, um superego massificado. Citando um professor meu “hoje, o clero da idade média veste terno, gravata e faz cursos de comunicação social, publicade e propaganda, marketing...”.
O que é a mídia hoje, então? Ela é, pois, o deus medieval, o pai reconfortante ao qual a maioria recorria para solucionar nossos problemas. Hoje, porém, não confessam, tampouco rezam para este conforto. Estes verbos foram substituídos por um só: comprar. Hoje compra-se, transformam os desejos em objetos a fim de curar aquele recalcado que, infelizmente ou felizmente, jamais se sacia. Compram o amor, o afeto com tanta sede quanto compram também as angústias, vide os vícios, como cigarro, drogas, bebida. Os que seguem as exigências da mídia são, então, completamente únicos e ao mesmo tempo, iguais. São todos únicos.
O adolescente vivencia esta contradição? Sim, mas ele a enxerga? Ela é muito bem escondida pela sociedade, é um fato, e a religião continua, paralelamente, a apoiar a mídia, mesmo que em segundo plano, incutindo outros valores, que podem combinar ou não com os impostos na televisão, rádio, jornal, etc. Se o adolescente enxerga esta contradição, a mídia falha, então, em aplacar a crítica. Contudo, quando esta consegue seu objetivo, se torna extremamente nociva na formação do sujeito, porque o entrega à massa, à não-consciência, que ele pode vir a ter ou não, mais tarde, na vida. O adquirir consciência se torna, porém, muito difícil, já que uma internalização destes valores na adolescência cria raízes muito fortes e o choque com um modo diferenciado de vida pode trazer um trauma, ou uma angústia ainda maior.
Com isso, tentei mostrar o quanto a religião se distancia do jovem atual, que busca o imediatismo presente no conteúdo da mídia, que busca o progresso e o pensamento positivo, isto é, o sempre-evoluir. Quando ambas agem juntas, porém, a massificação se torna praticamente irreversível, pois a pessoa se sente amparada de todas as maneiras, sendo materialmente ou espiritualmente, e passa a evitar mudanças, desiste da rage against the machine¹ (sic) e adere ao sistema, às contradições e à massa.

1-rage against the machine foi uma banda que fez fortes críticas ao governo estadunidense e ao sistema da sociedade de consumo no começo dos anos noventa, misturando funk, hip hop e hard rock.

[*the vixen 9:15 PM]