Bea_________________________
*Yellow Ledbetter
*rosa-raposa
*também atende por Bea Rodrigues
*20
*abril, seis.
*itália, frança, hungria, espanha.
*psicologia: quinto semestre, mackenzie.
*eddie vedder, melissa auf der maur, daniel johns, courtney love, dave grohl, john frusciante, andrew bird, gavin rossdale, regina spektor.
*chocólatra, sim. não tem a menor vontade de lutar contra isto
*ama caixinhas de música, o seu baixo, o cheiro de dama da noite, o sorriso do gato de alice e a lua quando forma este, folhas de outono, piano e músicas tristinhas
*textinhos pretensiosos
*garota desocupada
*fotógrafa de meia tigela
*desenhista medíocre, parada por tempo indeterminado
*fotos
*fotos melhores
Madeleine K_________________
Essa é a minha banda, na qual eu toco baixo e, por vezes, canto. Nela estão também:
Sidan
Deni
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Lay__________________________
Lay da Koia especialmente pra Bea =) . Nao Copie!
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Tuesday, May 22, 2007
Freqüentemente sou surpreendida por mim mesma com a pergunta: o que eu devo falar para aquela pessoa? É muito comum, em mim, ter dificuldade de perceber o que dizer a alguém que está enfrentando um problema ou uma situação difícil e me pede uma opinião a respeito, porque esta pergunta implica no que o outro quer ouvir e isto é muito complexo de ser percebido através de linguagens corporais, ou mesmo pela fala, porque o caráter emocional daquela experiência já sofreu uma série de mediações até chegar a mim, na própria forma como me foi relatado, no tempo que se passou desde a emoção que originou tudo o que aconteceu e o que foi pensado disto.
Por um lado a fenomenologia nos bombardeia com a idéia de que todas as vivências são diferentes nos indivíduos e, justamente por isso, deveríamos fazer um esforço para tentar compreender o outro em seu contexto. É necessário, de fato, que o sujeito se desgarre um pouco de si para conseguir enxergar aqueles a sua volta, uma vez que estes também o constituem, mas ao mesmo tempo esta diferenciação excessiva nos joga novamente na subjetividade privatizada, distanciando-nos do outro justamente pela idéia de que nós, e nós apenas, sentimos aquilo, portanto não podemos compartilhá-lo, pois se o fizermos, não seremos compreendidos.
Esta contradição suscita uma outra questão, proposta por Vigotski em sua crítica ao inconsciente de Freud. Ao dizer que o inconsciente é mais do que apenas uma experiência libidinal, na qual esta energia media todas as relações do deste com o mundo, o autor russo discorre sobre a importância da mediação simbólica, isto é, dos símbolos criados na interação do indivíduo com a sociedade através da linguagem, que forma também seu pensamento.
Se a linguagem, enquanto principal elemento da mediação simbólica, é a base para a interação, e se a libido é uma instância egóica manifesta também da relação do eu com o mundo, não seria a esta última então, mediada pela própria linguagem, um elemento mediado, e não mais mediador?
A própria relação do ego com o superego, que é justamente a internalização de valores externos e princípios morais embasados nas relações do indivíduo com figuras de autoridade, já é fruto desta mediação simbólica, simplesmente pelo fato de ser um aspecto construído no psiquismo humano, que irá servir de controle para a energia libidinal.
Além disso, não seria a libido fruto de algum tipo de emoção, e se assim, ela também perderia seu caráter mediador, mas não para a linguagem, mas sim pela própria carga afetiva da experiência. Inclusive, se considerarmos que a emoção é o elemento motivacional da atividade e da própria consciência, ela estaria aquém da linguagem enquanto mediação, ou, melhor ainda, ela manteria uma relação dialética com esta na formação do símbolo.
Desta forma, a emoção criaria a linguagem na medida que precisa ser descrita, precisa ser comunicada, relatada, e esta seria criadora da emoção por sua construção em sociedade, pela característica social que lhe é atribuída. Assim também nesta relação, a privatização da subjetividade seria refreada no ponto que o indivíduo só entenderia suas emoções no contato com o outro, porém isso não o torna incapaz de sentir, e a relação eu-outro também assumiria este caráter dialético.
Não se pode negar que existam diferenças entre os indivíduos, mas é preciso perceber que elas se dão num contexto histórico, e não num nível de experiência imediata, como diz a fenomenologia. Esta suposta articulação entre objetividade e subjetividade se invalida no ponto que elas não existem de forma maniqueísta, enquanto extremos, mas sim dialeticamente, de modo que conforme o sujeito vivencia a realidade objetiva ele a subjetiva enquanto significado e objetiva novamente em suas ações; considerá-las opostos é recriar uma ideologia que isola o sujeito de seus demais e de sua história, bem como a história de sua sociedade.
O grande empasse que surge da mediação emocional se dar no contato com o outro é a questão da visibilidade, na qual o sujeito só se constitui como ele próprio ao passo que é visto. Apesar do homem público ser essencialmente rígido e racional, afinal o iluminismo perdura até hoje na repressão abusiva de qualquer aspecto subjetivo por invalidar a experiência enquanto fidedigna, algo como um ranço cartesiano; a transformação das emoções em produtos (e com isso sua desvalorização enquanto essencialmente humana) faria desta mediação um vício social, isto é, o homem constituiria suas emoções e sentimentos no que lhe seria permitido pela sociedade, e portanto sua subjetividade estaria totalmente a serviço da ideologia.
Talvez seja necessário, então, um cessar da repressão emocional, um permitir deixar tocar-se por uma experiência, não somente sua, mas de qualquer um a seu redor. A vazão dada a uma emoção seria, assim, um modo de o invidívuo construí-la junto com a sociedade, novamente de maneira dialética (vai, quantas vezes isso já apareceu no texto?), de maneira que ele também contribua para a sociedade enquanto contribui para si mesmo. Adorno já dizia os males que a repressão do medo poderia causar numa população, tornando-se altamente manipulável, e esta manipulação emocional é visível em qualquer instituição, podendo, até mesmo, ser essa a justificativa de existir um superego no aparelho psíquico.
Pensemos que, se esta instância surge do contato com figuras de autoridade e estas representam toda a chave de qualquer sustentação institucional, por que não fazer, então, do próprio ego uma instituição? Assim, o indivíduo assumiria um conjunto de valores próprios, adquiridos, sim, do contato social, mas usados de forma a intensificar a privatização subjetiva das pessoas.
[*the vixen 1:45 AM]